quarta-feira, 1 de outubro de 2008

58ª Voltinha - Sabedoria

Prejuízos, Honestidade e Simplicidade



Estava no outro dia a falar não sei sobre o quê quando de repente, mais uma vez me apercebi com clareza de como o vocabulário que usamos está preso nos julgamentos da dualidade. Observar o nosso uso da linguagem falada e escrita é fascinante, quando se torna clara a noção de que tudo é colorido com a nossa “bagagem” de pre-julgamento que carregamos desde as primeiras palavras proferidas ainda quando nada mais conhecíamos para além do pequeno núcleo familiar.

Então não é que a palavra prejuízo, não sendo boa nem má, como todas as outras, aliás, pode até ter um significado bem diferente daquele que normalmente lhe damos.

Pre-Juízo, ou seja, pre-julgamento...o que quer dizer tão simplesmente que quando nos ocorre algo na vida que nos traz perda (significado corrente de prejuízo), isso se deve a toda a carga mental e emocional que criámos até à materialização desse pré-juízo. Obedecendo às leis universais da Pura Potencialidade e da Atracção, isto nada mais significa que atraímos aquilo em que focamos a nossa atenção. Se ao longo de dias, meses, anos, décadas, produzimos um número infinito de crenças, medos, padrões de escassez etc etc, não é de admirar que eles se materializem, tal é a força do nosso “querer” – “crer”. E aqui está mais uma – eu quero, eu creio, logo existe!!! Eu formulo um pre-juízo durante um certo tempo e com uma dada força e logo se materializa!!

Por outro lado, tecemos pre-juízos imediatos acerca dos acontecimentos diários, ou seja, se algo que acontece me tira o que eu pensava que tinha (porque na realidade não “tenho” nada, apenas uso os recursos que estão à minha disposição), logo julgo isso como negativo, como um problema, uma perda, ou seja, teço um pre-julgamento fruto de pre-conceitos que acumulei ao longo da minha existência. Mas a realidade é que os acontecimentos apenas são, nem bons nem maus, sempre úteis e nuca vãos. O que parece agora isto, será depois aquilo e nunca negativo para o meu desenvolvimento. Aliás, um pre-juízo é sempre uma bênção disfarçada, pois como não há acasos, mas sim a-casos (caso a caso) tudo acontece por co-incidência, ou seja, porque co-incidem vários factores que fazem com que esse acontecimento se materialize. É o máximo esta coisa das palavras e das leis universais!!!

Mas para que é para aqui chamada a honestidade? E a simplicidade?

É que os pre-juízos materializam-se porque constantemente somos desonestos connosco próprios e não deixamos brilhar a total intensidade do nosso Ser em todos os instantes das nossas Vidas. Muitas vezes, demasiadas vezes, deixamos de Ser o que somos para parecer apenas, munimo-nos de máscaras superfluas e falsas e vamos por aí fazendo crer, a nós próprios inclusivamente, que somos algo que não somos. Viremo-nos do avesso e vejamos todas as situações do nosso dia-a-dia à luz da honestidade absoluta para connosco próprios e logo descartaremos um monte de inutilidades, desde pensamentos formulados, a palavras proferidas e acções desnecessárias. Falo em honestidade connosco próprios pois essa é a única que realmente existe. Quando ela acontece connosco, acontece com tudo e com todos.

Há uma pergunta muito pertinente que podemos aplicar a cada hábito que executamos automaticamente mas que não sabemos se realmente nos serve: para que é que isto me serve?

Isto aplica-se a tudo, desde vícios, a tiques e manias que criámos, até mesmo a expressões que formulamos de forma negativa, tudo pode ser visto à lupa e apagado da nossa memória virtualJ

A Simplicidade, essa, simplesmente é...nada mais.

Tentemos Ser Simples, sem nada a provar a ninguém, sem atitudes defensivas, sem a necessidade desnecessária de querer interpretar e compreender tudo o que nos rodeia com análises mentais. Sejamos Simples, com a voz do coração desperta e activa, ajudando-nos a encontrar todas as respostas dos instantes das nossas existências.

Sejamos Simples...apenas.

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